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quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Estados do Nordeste duelam para receber usinas nucleares


Fábrica de Combutível Nuclear - Resende - RJ
Duas novas usinas nucleares, as primeiras do Nordeste, e mais de R$ 20 bilhões em investimentos. Quatro Estados da região entram, em 2010, na reta final da disputa para abrigar este polêmico empreendimento.Até o início de 2011, a Eletronuclear (Eletrobrás Nuclear S.A), empresa vinculada ao Ministério de Minas e Energia e responsável pela operação e contrução de usinas nucleares no Brasil, vai apontar oito locais nos Estados de Sergipe, Alagoas, Bahia, e Pernambuco que estariam aptos a receber o complexo nuclear.A previsão é de que a primeira usina comece a operar em 2019 e a segunda, em 2021. Não há data definida para o anúncio do local que será escolhido.
O investimento aproximado de US$ 6 bilhões (cerca de R$ 10,4 bilhões) em cada uma das usinas, fez com que o antigo temor de receber um empreendimento desse porte se transformasse em uma disputa intensa entre os governos estaduais pré-selecionados.
Para vencer a disputa, além de bons projetos técnicos, os Estados precisam superar outros desafios. Leis estaduais proíbem expressamente a construção de usinas nucleares. Há ainda a resistência de ambientalistas e comunidades próximas aos locais que podem receber os investimento. Por fim, ainda será preciso garantir apoio político em Brasília. A palavra final sobre o local da construção será do Congresso Nacional.
Embora enfrentem reações de ambientalistas e de comunidades próximas aos locais escolhidos para abrigar uma usina nuclear, este modelo de geração de energia deve ser encarado como positivo. Esta é a opinião do economista, Cícero Péricles, especialista em desenvolvimento do Nordeste.
Mesmo diante dos empecilhos, os quatro governos destacaram que têm interesse em receber os investimentos, embora a discussão caminhe, na maioria dos casos, longe da participação popular. Desde agosto, a Eletronuclear conta com um escritório em Recife (PE) exclusivamente para realizar estudos técnicos sobre os locais que podem abrigar os investimentos nos quatro Estados.
Segundo o representante do órgão no Nordeste, Othon Luiz Pinheiro, os critérios adotados para a escolha serão técnicos. "Nosso objetivo é dar um cardápio de possibilidades para o governo federal tecnicamente e absolutamente correto", frisou.
Bahia
Diante da promessa de escolha técnica, os governos apresentam diferentes argumentos para receber as usinas. O governo baiano, por exemplo, informou que já "solicitou ao governo federal a habilitação no processo de escolha para instalação em seu território de uma central nuclear". Maior Estado da região, a Bahia aposta na sua força econômica e nos aspectos naturais para receber o investimento. "A Bahia possui reservas minerais de urânio, no município de Caetité. Estima-se que suas reservas sejam suficientes para operação de dez reatores do tipo Angra 2 por toda vida útil do empreendimento. Uma questão importante é poder verdadeiramente construir uma alternativa estratégica de segurança no fornecimento de energia elétrica para aquela que é a maior e mais complexa economia do Nordeste. A Bahia contribui com 55% do Produto Interno Bruto e 60% das exportações totais da região", afirma a nota. Segundo o governo, a mudança na Constituição só viria com a confirmação do interesse do Ministério de Minas e Energia, que, segundo o Estado, "não se pronunciou de forma definitiva sobre tal pleito". "Por enquanto, o governo da Bahia aguarda uma decisão do Ministério", diz.



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